3.25.2009

Ansiedade

...em poucas palavras pouco ou nada explicativas.

Não é nada mais do que uma linha cortada em vários locais, revestindo-se de uma incapacidade intermitente de comunicação na plateia interna. É uma luta entre "isto em mim que incontrolável" e um "eu fluído e pacífico". É uma projecção frágil num futuro que nunca chega, numa incerteza abominável.

Não é nada mais do que o latejar de um coração assustado com o desconhecido, com a incapacidade para controlar a própria fluência identitária.

É uma razão descontrolada, à procura de emoções controláveis, pese embora o absurdo da distinção. É um anacronismo existencial.

3.21.2009

Estátua da Liberdade - uma frase

Venham a mim os exaustos, os pobres, as massas desorientadas, ansiando por respirar liberdade.


Esta frase está gravada na base da estátua.

Poderosa.

3.20.2009

The President

This man is special. He is cool but analytic, humoured but serious, visionnaire but locally aware, loving but strict, disciplined but not boring.
He has the History in his hands. He is going to fail at some time, but he will be remembered for good reasons throughout time. No doubt about it.

Mr. President Obama.

3.19.2009

A prisão colorida

Corremos o risco de transformar a formação e alguns agentes educativos em castigadores profissionais, não (só) pela falta de qualidade das suas abordagens mas pela insuportável percepção de sufocamento das crianças.
Daniel Sampaio fala em armazéns de crianças, em vínculos frágeis, em sociedades disfuncionais.
Eu digo, abram os olhos! Todos!

Contra a escola-armazém


Daniel Sampaio


M erece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.
Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal transcritas no PÚBLICO de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem.
O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais?
Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um modelo escolar muito virado para a transmissão concreta de conhecimentos, mas a escola actual é uma segunda casa e os professores, na sua grande maioria, não fazem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o seu bem-estar: perante a indisponibilidade de muitos pais e face a famílias sem coesão onde não é rara a doença mental, são os promotores (tantas vezes únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e submersos pela burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se dá instrução, é um território crucial para a socialização e educação (no sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional.
A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.
Aos professores, depois de um ano de grande desgaste emocional, conviria que não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desresponsabilização dos pais.

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3.18.2009

Estratégia, endividamento, custos e investimentos - Entrevista a Abel Mateus

Portugal arrisca-se a ser um cheque sem cobertura por causa do endividamento
18.03.2009 - 09h12
Por Lurdes Ferreira
Miguel Madeira (arquivo)

Abel Mateus, lembra que "o benefício do projecto de uma fábrica é o rendimento que essa fábrica vair gerar"O ex-presidente da Autoridade da Concorrência, hoje a dar aulas na Universidade de Nova Iorque, afirma que a "lógica de fazer grandes projectos, porque vai gerar emprego, é uma lógica invertida".

O que pensa das análises que olham para Portugal como um dos países que ameaçam a integridade do euro?

Já há muitos sinais de problemas. O sinal muito claro foi dado pelas agências quando reduziram o rating da República Portuguesa, bem como de outros países do Sul da Europa e da Irlanda. O problema de restrição do financiamento externo é o mais importante e complicado da economia portuguesa, actualmente.

As estatísticas dão, para finais de 2008, 106 por cento de endividamento externo em relação ao PIB, a crescer entre oito a nove pontos percentuais do PIB ao ano. Isto altera radicalmente a situação como se analisa a economia portuguesa, porque já não se pode medir a evolução do bem-estar dos portugueses e do seu rendimento em termos do PIB.

Quando se diz que o PIB cresceu um ou 1,5 por cento, não é isso que cresce o rendimento dos portugueses, porque já temos de pagar muitos juros ao exterior. No período 2005-09, embora o crescimento médio do PIB tenha sido à volta de um por cento, em termos de rendimento nacional esteve estagnado.

O PIB deixou de ser um indicador adequado?

Deixou. Deve ser em função do rendimento, porque temos já uma taxa elevada de endividamento em relação ao exterior e pagamos muito mais juros ao exterior do que recebemos de aplicações.

Falta coragem aos políticos para olhar para esse problema?

Não sei. A Irlanda era um país que tinha crescimentos de 10 por cento ao ano, mas em termos de rendimento nacional era muito menor, porque muito desse crescimento era IDE e saía muito dinheiro por repatriação de lucros, mas eles estavam muito conscientes disso.

Portugal é um Estado falido?

Não. O que este indicador nos diz é que a evolução da economia está assente no endividamento. Se não houvesse esse endividamento não era possível atingir as taxas de investimento que temos atingido e nem era possível os níveis de consumo que temos. Para o futuro, ou se altera substancialmente o modelo ou vamos bater cada vez mais nesta restrição externa. Se está a subir oito por cento ao ano, passados 10 anos são mais 80 por cento em cima dos quase 110 por cento - que é a actual taxa de endividamento sobre o rendimento - que vamos atingir no final deste ano. Se batermos lá com a cabeça, vamos ter problemas sérios.

Somos um caso potencial islandês?

É muito diferente. A Islândia tinha, em 2006, um endividamento externo de 200 por cento do PIB, é um país pequeno, de 300 mil pessoas. Um dos grandes problemas é que esse endividamento foi resultado de uma série de bancos que se endividaram muito a comprar até cadeias de supermercado no estrangeiro e com investimentos de muito baixa rentabilidade. Uma das primeiras medidas da Islândia foi vender grande parte desses activos para reduzir a dívida. Não tem muito a ver com o que se está a passar com Portugal.

Como se mede, em termos concretos, esse risco de que fala?

O excesso de financiamento externo é devido ao facto de os agentes económicos, em particular as empresas e as famílias, estarem a um ritmo de endividamento elevado. E a origem de todas as crises financeiras é o sobreendividamento. É preciso visão suficiente para não chegar à situação em que se vai preencher o cheque mas não há lá dinheiro e não se pode levantar.

Esse é um problema para que, penso, não sou só eu, mas as agências de "rating", ao baixarem o "rating", se deve chamar a atenção.

Há também uma particularidade da economia portuguesa: olha-se para a dívida pública e diz-se que não é muito elevada, mas as empresas públicas financiam-se com crédito bancário e para muitos dos grandes projectos de investimento o Estado puxa as empresas através de project finance para obterem financiamentos bancários.

É dívida desorçamentada.

É preciso analisar o endividamento de toda a economia. Se eu passar a dívida de uns agentes para outros, isso não diminui a dívida.

Para si, o endividamento é o maior factor de preocupação?

A minha principal preocupação é que a economia se desenvolva, que se retome o crescimento em Portugal, e o problema é agravado por este endividamento.

Se crescermos nos próximos 10 anos ao mesmo ritmo que a UE - o que não tem acontecido -, a dois por cento ao ano, com estes níveis de crescimento de endividamento, a cada ano, estamos a comer meio ponto percentual ao PIB. Quer dizer que, daqui a 10 anos, estamos cinco pontos mais pobres do que a Europa e vamos regressar aos níveis com que entrámos para a CEE.

O que tem falhado?

Há um problema muito grave em Portugal nos últimos anos. Não há um documento estratégico, um pensamento estratégico. Há excelentes economistas portugueses, em universidades estrangeiras, que podiam colaborar para um documento desta natureza.

Os grandes projectos públicos de investimento não estimulam a economia?

Quando se constrói uma auto-estrada, um aeroporto, o que se pensa é que o benefício do projecto é todo o emprego e as matérias-primas que se empregam quando se vai construir. Ora, isto é o custo do projecto. Nenhum empresário vai fazer uma fábrica e dizer que o benefício de fazer a fábrica foi construí-la e colocar lá as máquinas.

O benefício do projecto de uma fábrica é o rendimento que essa fábrica depois vai gerar: vai vender e vai ter as suas receitas e os seus lucros. Esse rendimento líquido vai ter de pagar os custos. Esta lógica de fazer grandes projectos porque vai gerar emprego é uma lógica invertida. O que interessa é o rendimento adicional que se vai gerar em Portugal.

Não acredita no rendimento adicional do novo aeroporto?

É uma questão de bom senso. No novo aeroporto, coloco os custos de construção de um lado, do outro vejo se vou gerar rendimentos suficientes, porque há aqui um custo de oportunidade: esses recursos estão colocados no aeroporto, não caem do céu, e com esses recursos podia construir outras coisas, complexos turísticos, fábricas, escritórios etc.

Qual o rendimento gerado pelo novo aeroporto? O existente (Portela) está ainda longe de ter a capacidade totalmente utilizada. Se formos ao aeroporto de Heathrow, Londres, Chicago, há praticamente um avião a baixar de minuto a minuto e o movimento de Lisboa não tem qualquer comparação.

Uma professora do IST, que fez um estudo dos aeroportos europeus, concluiu que o aeroporto português podia aumentar a sua utilização à volta de 30 por cento se fosse eficientemente utilizado. Portanto, em primeiro lugar, temos de utilizar da melhor maneira possível o que temos. E daqui a quantos anos vai duplicar ou triplicar a procura dos serviços aeroportuários? Não sei, mas tenho muitas dúvidas.

3.12.2009

Causas e consequências

De acordo com uma notícia do Jornal Público de hoje, a polícia alemã está a tentar perceber se os videojogos violentos influenciaram o massacre. Contudo, creio que, não obstante ser mediaticamente apelativo culpar os videojogos, talvez não fosse má ideia perceber causas e não conseguências ou derivas paralelas de um sofrimento que parecia ser monstruoso, de acordo com a mesma notícia. De facto, as inextricáveis e complexas causas deste sofrimento incomensurável, que descamba numa morte desenfreada, não pode tolerar análises superficiais e inócuas, como a que esta notícia alude.
Os videojogos poderão ter sido um mero consolo e massagem a uma identidade ferida, a uma imagem corrompida pelo "só se riem de mim; não sabem qual é o meu potencial". O mais gritante e aterrador será perceber quais são os factores que influem neste desfecho.

Maus tratos em casa? Na escola?
Abusos sexuais em casa?
Relação disfuncional com os pais?
Doença psiquiátrica?
Irmãos abusadores?
Colegas de escola cruéis?
Professores não responsivos à angústia?
Vizinhos mal intencionados e agressivos?
Comportamento mimético (pensar nos US e FIN)?
Desespero relativamente ao futuro, tendo em conta a crise económica da família?
Tendência depressiva?

A fluência das distorções identitárias - Quem sou eu? O que faço aqui? Alguém gosta de mim? Ninguém se preocupa comigo! - é brutal e complexa.

Para se chegar a este ponto - matar - é necessária uma acumulação e integração de intolerâncias relativamente às frustrações e uma perda de esperança no próprio e nos outros. É necessário ser interiormente "fantasma" para se poder fazer algo como isto. A falta de solidariedade interna do jovem é infernal; a existência passa a ser um papel rabiscado.

Deixem lá os jogos em paz e preocupem-se em perceber tudo o que é verdadeiramente articulado no desenvolvimento de identidades fragmentadas, colocadas na boca do vento e disponíveis para morrer no primeiro sopro.

Love

3.08.2009

Reclaim her/his heart

Important times

How come we hardly know that we are always in importante times? Why is that our self centered humanism makes us partially blind for the need's, want's, fear's and significance our present times? Why it's so difficult to pull our eyes off that put them up there seeing the processes?

O povo problemático

..para ele próprio.

Recebido por e-mail:

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País

*Eduardo Prado Coelho - in Público*


A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como
Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que
foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre
valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras
particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, lips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ....e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda
a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
- Onde a falta de pontualidade é um hábito;
- Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
- Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
- Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
- Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
- Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar
projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe
média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
- Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma
criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto
a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
- Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
- Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a
criticar os nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor
me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de
trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta
muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se
converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade
humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é
real e honestamente má, porque todos eles são portugueses
como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o
suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas
enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar
primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve
Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a
força e por meio do terror?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a
surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os
lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,
igualmente estancados....igualmente abusados!
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone
começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam
um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada Poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O
ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa?.... *MEDITE*!

*EDUARDO PRADO COELHO*

3.03.2009

Fear

Fear is that subtle sensation of not knowing where you or your imagery fits in. It's like being one thousand persons and not having a smile. Imagine fear as the barrier that your hands build in front of your eyes. Fear of loosing, falling, suffering, loving, ourselves. Fear of the temptation that others catalogue us as X or Y.

Fear of not being without fear, comfortable with your mental maps, that you keep in your personal history.

Fear of not being without suffering, when all that is cherished is the misfortune and tragedy of personal dramas. The oblivion of hope.

Fear is that awkward thing that is felt as an invading force and as a cognitive artifact built by a troubled consciousness. I as mixed Me's without a face.