10.23.2007

O Contra do Pró

Existirão contras num programa como o Prós e Contras? Que maior Contra existirá do que aquele que ceifa a raíz do Pró? Será possível perceber que o programa Pós e Contras recebe da sua própria existência um grande Contra? Contra todos os pensamentos de justificação que me devoram, não ouso calar o Pró do meu Contra.
Um programa que começa tarde nunca acabará cedo. Certo! Uma criança percebe isto. Como será então possível falar, por exemplo, de produtividade, saúde, justiça, pobreza e energia sem que a nossa condição seja rasurada? A produtividade de um trabalhador (só para evitar falar de pessoa...tal seria chocante...) é afectada pela sua saúde. Um trabalhador que julgue ser importante seguir um programa que trata de assuntos interessantes vê-se confrontado com a súbita necessidade de decidir entre dormir pouco e muito pouco. Falaram de saúde (holisticamente)? De produtividade? Não fará este horário de exibição do programa de nós mais pobres? Pobres de sono, afectados na sua saúde para produzir. E será justo? Provavelmente não, Sr. Provedor do ouvinte. As vozes dos caros telespectadores não produziram uma saudável e produtiva decisão. Que justiça existirá quando uma pessoa é confrontada entre um interesse e uma necessidade? Resolve tudo com um interesse necessário e/ou com a necessidade imperativa de não olhar a interesses?
E que energia? Manter televisores ligados de madrugada para ouvir falar de energia? Não, talvez se debata os maus tratos que as crianças sofrem e essas, a essa hora, já estarão a dormir. Portanto, não faz mal.
O contexto social e histórico que mantém um programa que pretende mobilizar a sociedade (dizer “civil” implicará pedir aos militares para não ouvirem o programa? Que ironia esta...) desta maneira, denota que se está a perder uma grande oportunidade. Até lá, faremos contas sobre as horas de sono que não dormimos enquanto nos seduzem com a produtividade elevada, saúde excepcional, justiça sem demora, erradicação de pobreza e uma energia soberba. “Desculpe? Estou com sono...Estive a ver o Prós e Contras...” E sim, sou de facto muito menos inteligente que uma criança de 10 anos. Essas, felizmente, preferem ir dormir.

Que necessidade têm eles?

Qual será a necessidade de romper com a intimidade de aspectos da natureza humana? Para várias pessoas, romper será o primeiro passo que desvenda um sem número de possibilidades. Raptar partes íntimas que se movem nas relações amorosas e trazê-las ao palco público da putrefacção, não será apenas gritante como poderosamente satisfatório. Para essas pessoas, o proíbido ganha o estatuto de exibido com os contornos grotescos de quem encontra a chave para captar a atenção e a sedução mascarada. Esta putrefacção representa um assalto desmesurado. “Eu assalto a intimidade do ser porque sem trazer o sexo cru e materialista para a minha narrativa, não consigo alcançar-vos e mostrar-vos que o sexo para mim é como comer um fruto. Vejam bem! Não tenho pudor e considero-vos subjugadas ao meu poder de falar sobre a (vossa) intimidade!”. Talvez tentem imprimir um choque machista no útero da desgraça. Não compreendendo que o ser humano evoluiu, não lhes resta nada para além das muletas que sustêm o Amor. O Amor não vive de muletas. Mas isso eles descobrirão quando tentarem viver o que nos faz ser especiais. Eles lá chegarão...quando as muletas se partirem.

Que necessidade têm eles?

Qual será a necessidade de romper com a intimidade de aspectos da natureza humana? Para várias pessoas, romper será o primeiro passo que desvenda um sem número de possibilidades. Raptar partes íntimas que se movem nas relações amorosas e trazê-las ao palco público da putrefacção, não é apenas gritante mas poderosamente satisfatório. Para essas pessoas, o proíbido ganha o estatuto de exibido com os contornos grotescos de quem encontra a chave para abrir a atenção e a sedução mascarada. Esta putrefacção representa um assalto desmesurado. “Eu assalto a intimidade do ser porque sem trazer o sexo cru e materialista para a minha narrativa, não consigo alcançar-vos e mostrar-vos que o sexo para mim é como comer um fruto. Vejam bem! Não tenho pudor e considero-vos subjugadas ao meu poder de falar da vossa intimidade!”. Talvez tentem imprimir um choque machista no útero da desgraça. Não compreendendo que o ser humano evoluiu, não lhes resta nada para além das muletas que sustêm o Amor. O Amor não vive de muletas. Mas isso eles descobriram quando tentarem viver o que nos faz especiais. Eles lá chegaram...quando as muletas se partirem.