Quem és tu? Imaginem uma pessoa com quem têm uma relação muito próxima, um filho, um irmão, uma mãe. Alguma vez pararam e deram-se conta de estar a olhar para “algo”, “alguém”, com uma multiplicidade imensa de vida? Não apenas olhar. Sentir a totalidade de alguém coloca-nos num ponto em que questionamos a realidade. O que é isto? Como és tu tão imenso(a), tão cheio(a) de vida, tão diferente de mim, tão próximo(a) de mim, tão único(a)?
Como é possível apreender-te totalmente? O que é existe entre nós para termos uma relação tão íntima? Como és diferente de mim…
E tudo isto enquanto te dispersas nas actividades corriqueiras da rotina..Mas eu escuto-te de todas as maneiras possíveis, pensando em ti enquanto tu pensas na inebriante fluidez da acção. O teu cabelo, a tua pele, a tua altura, a maneira como caminhas, como respondes directamente e indirectamente às minhas interpelações perceptivas, o teu passado, o que eu espero de ti daí a umas horas, o teu sorriso e as tuas angústias. Escrevo-te numa pedra basilar, com códigos que se encadeiam e me transmitem uma sensação de novidade. Mesmo contigo.
Uma imensidão insofismável, que nos causa estupefacção. Afinal de contas, quem és tu, como és tu, como foste, quem irás ser? Ouves-me? Também sentes isto?
A um irmão, a um pai, a uma mãe, a uma namorada, a um amigo, a um animal amigo. Quem és tu enquanto eu sou eu a sentir-te?
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