As relações por vezes azedam e tornam azedas as pessoas e aquilo que as une. O que afasta torna-se negro e os seus olhares tristes pela amargura de se terem que chatear.
As falhas de comunicação e os espinhos que crescem na inexactidão dos factos leva a que as pessoas deixem de responder a partir das acções que ocorrem e passem a responder através do quadro fusco e impreciso na mescla de sentimentos, pensamentos, projecções futuras e sensações.
É triste vê-los assim. E é difícil perceber os limites da razoabilidade de cada movimento. Ambos se amam e ambos se desentendem pela amargura que criam um ao outro. Não se ama com pré-condições de análise e de relacionamento.
O Amor implica despirmos o orgulho e colocá-lo no espaço que ambos calcam, dando espaço a que a carne crua das acções seja aceite por pensamentos igualmente livres de gordura pouco saudável.
Amar é criar consensos que estanquem a perversidade dos movimentos relacionais insustentáveis. É fazer rewind e compreender o que ficou mal gravado e substituir esses pedaços de incompreensão por discussão activa das posições de cada um.
Comunicar é difícil e mais difícil é quando se define através uma história cheia de contornos sinuosos, agrestes, podres.
Parar. Colar substitutos de incompreensão com entendimentos calmos e esclarecedores.
Amar é, por isso, também parar, olhar nos olhos do Outro e perceber que aquilo que se guarda no olhar pode não conter exactamente o que pensamos, dizemos, o que temos medo de dizer e aquilo que gostariamos de dizer.
Amar significa parar para abraçar a totalidade da amargura e da felicidade perdida.
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