10.09.2008

O casamento

O planeamento vulgar, católico, de um casamento costuma organizar-se num eixo muito curioso. Trata-se de um eixo muito flexível.

Queres casar comigo? Sim! Que bom! Quero! Quero! Pergunta imediata: Onde? Quantas pessoas? O que comer? Bem, o acessório torna-se acessório relativamente ao casal?

Quem serão os que irão legitimar a nossa felicidade, com efeito proporcional à nossa felicidade presente e projecção futura?

Temos que ter muitas pessoas connosco. Quantas mais, melhor casamento; mutatis mutandis, quantas menos, pior a celebração.

A quantidade, a materialidade, a pérfida noção de que a expansividade do marketing se sobrepõe à celebração do Amor e não do casamento. O Amor torna-se um indivíduo isolado pelos jocosos tilintares dos copos. Ah! Vamos mas é beber muito e comer mais! Ou ao contrário…

Dias mais tarde…

O que segura/celebra um casamento? As imbricações da celebração de um casamento ou o “latente escondido e traído (sem espaço)” Amor?

Bah! Amor não se quantificam não se come e não se mostra aos amigos como se mostra uma nova casa ou o novo carro! Não!

Celebremos a perfídia e a jactância! Comamos e bebamos! Este é o eterno júbilo pintado em tons de balança e de notas verdes.

Urra!

E estão preocupados os homossexuais em casarem-se? O que une as pessoas? A legalidade de um carimbo? O Estado é um olho cego com corpo de gigante: estremece o chão que pisa, ruge, mas não vê nada. Normaliza. Quantifica.

Benefícios monetários do casamento entre homossexuais? $$$$ Entendam-se! 

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