Há seis mil gerentes e directores de empresa que garantem ganhar apenas o salário mínimo. Nestas empresas, portanto, nem um trabalhador tinha um vencimento mais baixo do que o do responsável máximo. E nas mais pequenas, o vencimento médio dos líderes rondava os mil euros, brutos. "Pouco realistas" e "pano para mangas para o Fisco", são algumas expressões usadas por empresas de recrutamento, conhecedoras dos salários correntes usados no mercado, para classificar a declaração de valores tão baixos, mesmo em tempo de maior aperto económico como o actual. Há seis mil gerentes e directores de empresa que garantem ganhar apenas o salário mínimo. Nestas empresas, portanto, nem um trabalhador tinha um vencimento mais baixo do que o do responsável máximo. E nas mais pequenas, o vencimento médio dos líderes rondava os mil euros, brutos. "Pouco realistas" e "pano para mangas para o Fisco", são algumas expressões usadas por empresas de recrutamento, conhecedoras dos salários correntes usados no mercado, para classificar a declaração de valores tão baixos, mesmo em tempo de maior aperto económico como o actual.
Os dados foram apurados pela maior base de dados laboral portuguesa - os Quadros de Pessoal (neste caso, de 2006, os mais recentes), a cargo do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), do Ministério do Trabalho. Nesse ano, o salário mínimo foi de 385,90 euros, bruto. Por lei, está isento de IRS mas não se livra de entregar perto de 40 euros (11,5%) para a Segurança Social. Ou seja, os seis mil gerentes e directores asseguraram levar para casa apenas 343,45 euros, todos os meses.
Estes seis mil gerentes disseram ganhar exactamente o salário mínimo, mas muitos outros declaram ganhar uns euros mais. Segundo o GEP, o salário médio bruto nas empresas até quatro trabalhadores é de 863,61 euros - 712 depois de descontar impostos e Segurança Social.
Na restauração e hotelaria, o valor desce para 550,43 euros (481 líquidos), o mais baixo de todos. O cálculo sobre o desconto para IRS foi feito admitindo que o contribuinte é casado e que o cônjuge também trabalha. Trata-se de valores médios, o que significa que há seguramente muitas pessoas a ganhar substancialmente mais, ou menos.
Fugir ao Fisco?
Mesmo descontando os casos de micro-empresas e das que estão mesmo em crise, dois responsáveis por empresas que recrutam e colocam quadros (e agenciam trabalho temporário) acreditam que muitas destas seis mil pessoas fogem ao Fisco e à Segurança Social. Amândio da Fonseca, responsável pela Egor, assegura que os dados do GEP dariam "pano para mangas para as Finanças", já que "não é crível que tantas pessoas" com a responsabilidade máxima numa empresa, mesmo que uma micro-empresa, ganhem tão pouco. Sobretudo, acrescentou Pena da Costa, da Manpower, sabendo que estas pessoas podem ser responsabilizadas criminalmente pela actuação da empresa.
Descontando os casos de reais problemas financeiros, os gestores garantem ser impossível encontrar no mercado de trabalho quem assuma a responsabilidade de gerir uma empresa, por mais pequena que seja, por um salário tão baixo. "Não, é impensável encontrar quem assuma uma gerência por esse valor", assegurou Pena da Costa. O seu "preço de mercado" começa nos 1500 euros, assegurou. Amândio da Fonseca concordou. "Eu não conseguiria contratar um gerente por tão pouco, mesmo que fosse para uma micro-empresa", garantiu.
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