11.07.2005

Quero amar-te!


És assim de um tom rosado que faz lembrar os carris do tempo. Um tom polifónico que vibra a tua alteridade. Um tom imortal da forma que desliza como gota de água em rosa polida. Tenro magma borbulha nos teus pés. Obras de arte em tons tácteis. Ilhas de chuva em cada poro, tens na pele um mundo novo entre dois mundos. Mundos que não existem para lá de ti. És de um tom que se esquece assim como o ronronar dos segundos da tua bomba rosada. Esquece-se a regularidade para fluir nela, para recordar o futuro. O futuro é memória. Um portal do tempo que tem o teu pulsar mas que não te mostra. O que tu és viaja a milhões de vida por carril. Combustível ecológico? Amor que faz rosar, passear em camera lenta os detalhes simples, simples de mais numa identidade maior que o detalhe.
Apetece-me amar-te, ouvir a tua nudez emocional no ricochete dos teus silêncios! Voar no mundo invisível do ar que respiramos. Passa a ser nosso. As portas invisíveis que vamos abrindo, sulcando caminhos cruzados. Bem cruzados. Usei o teu sentido de vida, apaixonei-me pela tua vida, pela tua existência. Porque és alguém que não passou ao lado. Escolhemo-nos constantemente. Gosto de pegar na tua mão, abrir a porta e sugar o ar todo que nos envolve, levar-te no meu tapete íntegro para além do som do coração. Ir para além de nós e no entanto não passar da nossa Alma. A minha mente reluz no cimo do momento em que os olhos brilham e nada mais no mundo vale tanto. Sempre. É sentir existir o que de ti deste e o que de mim dei. O que demos ao mundo, não só ao Mundo total como ao Mundo dos nossos sentimentos. Elaborado de afectos e no entanto límpidos como olhos que choram pela primeira vez. Prometo à sublime energia que nos explode e no entanto nos une, íntegra, que me quero nu em ti. Massa bruta. Cru, sincero, límpido, de modo que quando olhares para mim vejas o que vem nos meus olhos, o que eles falam, o quanto te Amam quando a tua retina encolhe e o Amor penetra na tua aurora, no teu mundo interior, da vida que em ti habita. Quero correr contigo na imensidão, colher rosas vermelhas no deserto, beber das lágrimas das ninfas, mastigar gotas de orvalho, mergulhar no oceano, difundir-me nos teus braços galopantes. Quero pintar-te sobre o papel químico dos sentidos. Caminhar, correr, voar, parar, seguir, parar, viver, abraçar-te debaixo do céu. Permanecer na nossa bola de sabão. Caminhar na praia, na areia rugosa, os poros suados das pedras, o mar em contrastes apaixonados com a areia, beijando os desenhos, o deslizar dos mundos, as lágrimas do mar, o silêncio imperturbável. Juntos, a nudez da vida. Não haverá conclusões. Quero amar-te!

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